Epílogo do Oeste
De guerras interiores distantes a um coração moldado, cujo paradeiro sentado à beira do desespero a procura da paz e do desfecho das lembranças que incendiavam a alma. James se encontrara de apoio às margens da humilde praia onde descansava, suas lembranças acoitavam seu sofrimento e asilavam o amor e a saudade que ele sentia por Lana. A doce amena menina que aluía seus cabelos verdes como o recheio vivo das grandes árvores de uma floresta a muito perdida.
A noite se transformara em um vasqueiro nascer do sol, que trazia, ao imo, a bondade e a pujança que lentamente fluía em James, os olhos dela já não traziam a mesma essência em suas lembranças, pois mais valia a felicidade e a quietude no espírito com a ausência da dor. Ele ouviu um forte brado serenado que aos poucos se transformava em uma mansa melodia que dizia:
Repouse sua cabeça frágil e cansada
A noite esta começando
Você chegou ao fim da jornada
Durma agora e sonhe com os que vieram antes
Eles estão chamando das praias distantes
A brisa andejava ao misero bálsamo na face do pobre garoto exausto que lentamente dormia as margens do formidável mar, semblante era a expressão no rosto de James ao cotejar o que sentia com as lembranças de sua amada, a aura tremia a harmonia da melodia que ao ser ouvida contava mitos ao espectro implausível em sua mente.
Outra noite fenecia e dava espaço ao sol que eclodia novamente no leste, ele abria seus olhos com esperança de ver os longos cabelos verdes novamente, mas apenas munia o fato de que nada tivesse acontecido e que seu coração fora fincado com uma tocaia que exilava sua razão e aprisionava suas emoções. O vento lépido soprou a cordial melodia novamente:
Por que você chora?
O que são essas lágrimas no rosto?
Logo você verá
Que todo esse medo passará...
Seguro em meus braços
Você apenas dorme
O que você consegue ver no horizonte?
Por que a gaivota branca canta?
Através do mar uma lua pálida se levanta
Os navios vieram para te levar para casa
E tudo se tornará em um vidro prateado
Uma luz sobre a água as almas passarão
Induzido a caminhar até a água que oscilava entre o ódio e o amor, James procurou o testemunho conciso de sua liberdade. As horas não haviam mais passado, pois o sol pasmava na mesma marcha em direção ao leste. A última conformidade com a simpatia da voz que vinha do horizonte acalmou e cantou uma última vez.
A esperança se apaga em um mundo de noite
Através das sombras caindo
Fora da memória e do tempo
Não diga... Nós chegamos ao fim...
As praias brancas estão chamando
Eu e você nos encontraremos novamente
E você estará nos meus braços dormindo.
Sutilmente deixou-se levar pela doce voz, que o fez tombar nas profundezas do oceano formidável e ao mesmo tempo desgraçado que o alucinava a fim de abismar suas emoções para que, no mesmo instante fosse ao encontro de seu maior fragmento perdido. Agora extinto da terra, desfrutava seu amor eternamente dentre os penhascos do ermo paraíso com sua joia mais rara.
Baseado na música “Into the West”, de Annie Leenox.
Por: Daniel Camilo (2ª fase - Técnico Integrado em Química)