Tomo Primeiro
Capítulo I – O Passado Esquecido
A superfície de Sula, que normalmente era calma, estava sendo afligida por uma terrível tempestade, que já durava vários dias. Um pequeno navio, que aparentava ter vários anos de uso, estava a ponto de afundar. Os marinheiros comentavam baixo, para que os passageiros da embarcação não os escutassem, o assunto era que nunca se tinha tido noticia de uma tempestade dessa magnitude ter durado tanto tempo. Embora não se pudesse ver o céu, pela hora supunha-se que Fafnar já nascia no horizonte enegrecido pelas nuvens, quando uma das passageiras, uma mulher que ninguém no barco conhecia, entrou em trabalho de parto. A única coisa que se sabia, era que seu marido havia morrido, e ela estava voltando para a casa dos pais. Uma senhora que se apresentou como a parteira foi a ultima que viu a mulher ainda viva, já que se trancara no quarto para poder realizar o parto com segurança. Tudo que se sabe é que devido a violência com que o barco balançava a mulher veio a falecer, mas o menino recém nascido fora salvo devido a velha partera, que era muito habilidosa. Mas não houve muito tempo de alegria, pois apenas algumas horas depois do nascimento da criança, o navio se partiu ao meio, e numa tentativa desesperada de salvar o recém-nascido, a velha parteira atirou-se ao mar, protegendo o bebê entre suas vestes, e após alguns segundos, ela conseguiu entrar em uma caixa que flutuava na água, onde acomodou a criança em um monte de palha.
Pelas contas da velha, passaram-se mais dois dias de tempestade até que finalmente o mar acalmou-se. Banhada pelos últimos raios de luz provindos de Suon, que já sumia no horizonte, conseguia-se avistar uma praia, e reunindo suas ultimas forças a velha conseguiu usar um pedaço de madeira como remo, conseguindo chegar à costa do que aparentava ser uma ilha. Quando finalmente terminou de acomodar a criança na relva, a velha deu seu ultimo suspiro, e deixava para sempre o mundo dos vivos, e partira para junto de Toth, onde permaneceria por toda a eternidade.
Creditos: Lavindar
Abraços,
Kardec.
